Obesidade não é falta de força de vontade – é uma condição complexa e merece respeito

“Se fosse só força de vontade, já estaria resolvido.”

Essa frase traduz a experiência de muitas pessoas que convivem com a obesidade. Por muito tempo, essa condição foi tratada com julgamento e reducionismo, como se bastasse “querer mais” ou “comer menos” para que tudo mudasse. Mas a verdade é outra — e precisa ser dita com todas as letras: obesidade não é preguiça, nem falha de caráter. É uma doença crônica, multifatorial, e precisa de cuidado, não de culpa.

Diversos fatores fisiológicos influenciam diretamente no controle de peso, incluindo alterações hormonais que muitas vezes passam despercebidas. Hormônios como insulina, leptina, grelina, cortisol, T3 e T4 desempenham papéis fundamentais na regulação da fome, saciedade, metabolismo e armazenamento de gordura. Quando esses mecanismos estão desregulados, mesmo quem está “fazendo tudo certo” pode encontrar dificuldade para emagrecer ou manter o peso.

Além disso, dietas extremamente restritivas, o estresse contínuo, distúrbios da tireoide e o desequilíbrio da microbiota intestinal também interferem no processo, afetando o organismo de forma silenciosa — e muitas vezes, desanimadora.

Por isso, é fundamental reforçar: não é sobre força de vontade, é sobre fisiologia. É ciência. E todo cuidado deve ser baseado em conhecimento, empatia e acompanhamento especializado.

Obesidade exige um olhar humano, atento e livre de julgamentos. E cada pessoa merece um tratamento que respeite sua história, seu corpo e os desafios que enfrenta.